terça-feira, janeiro 29, 2008

"Faça-se Luz!"

"Muita gente não sabe o que procura. (...) A maior parte das pessoas passa por esta vida como se fosse sonâmbula, percebes? Querem possuir coisas, fazer dinheiro, consumir tudo. As pessoas estão tão inebriadas com o acessório que perdem de vista o essencial. Desejam um novo carro, uma casa maior, umas roupas mais vistosas. Querem perder peso, tentam agarrar a juventude, sonham em impressionar os outros. (...) Sabes por que o fazem?
Porque têm fome de amor. Têm fome de amor e não o encontram. É por isso que se voltam para o acessório. Os carros, as casas, as roupas, as jóias... tudo isso são substitutos. Não têm amor e procuram substitutos."

In: “A Fórmula de Deus” de José Rodrigues dos Santos.

segunda-feira, janeiro 28, 2008

O Mundo visto pelas mãos...

Helen Keller nasceu em 1880. Ficou cega e surda na infância, ainda assim, não cruzou os braços e muito graças a Anne Sullivan, sua mentora, tornou-se uma conferencista e escritora impar. Acima de tudo Helen Keller é um exemplo de vida e da capacidade humana de superar os obstáculos graças à vontade, essa força impulsionadora que nos faz suprir as necessidades e nos move para fora das esferas mais básicas.
Palavras sábias, que vos ofereço, para reflectirem: “Eu, que sou cega, posso dar uma sugestão àqueles que vêem: usem seus olhos como se amanhã fossem perder a visão.”

A ler: “O Mundo em que Vivo” – pena que poucas livrarias o tenham. A tradução que consegui é brasileira e demorou 2 meses a ser conseguida. Terei sido eu que tive pouca sorte?

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Finalmente LIVRE...

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A Carla tem destas coisa, faz e só depois avisa…

Finalmente LIVRE do Travian. Custa a acreditar, mas é verdade…

Durante ano e meio, construí, fundei, pesquisei, lutei, perdi, venci…. Muitos mais verbos poderia conjugar, mas estes foram os mais utilizados.

O tempo que anteriormente era dedicado aos blogs, leitura pessoal e outras coisas tantas, aos poucos e poucos passou todo a ser dedicado à estratégia para podermos (aliança) sair vencedores. Acabamos por atingir o segundo lugar ou o primeiro dos últimos.

Aquilo que supostamente era um jogo, com o passar do tempo vai-se tornando numa obrigação e, por fim, num suplício que temos de suportar.

Durante esse tempo conhecemos pessoal, criamos relações, construímos amizades e passamos a existir num mundo que não é o nosso.

Desse mundo ficarão gravados, na lápide do Server2, nomes como o de Mozart, Cassandra, Inês2007, STWarmaster, Jucamoser, Dog Crazy, Eumesmobh, JoDuque…

Fica a saudade, não do tempo em que o jogo deu lugar à obrigação, mas do tempo em que tudo era novidade e tínhamos de batalhar para encontrar o ponto de reunião militar…

"Um pouco mais de sol - e fora brasa,
Um pouco mais de azul - e fora além.
Para atingir faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém..
. "

quinta-feira, janeiro 24, 2008

O regresso de Araj ao blog?

Pois bem, depois de muita insistência e paciência à mistura, lá consegui que o senhor Araj prometesse regressar em breve com os seus posts. Afinal a ideia deste espaço era ser construído a duas mãos. Acabou-se-lhe o jogo de estratégia a que se dedicou durante tempos infindáveis e que me levaram, por vezes, ao descabelar sem arrancar um cabelo - acabei por me ficar pela vontade e por algumas palavras de censura. Aguarda-se o regresso deste que durante ano e meio nos foi o único autor deste espaço. Esperamos que este espaço possa, de facto, começar a encarreirar e a ser escrito a duas mãos. Claro que a mão do Araj nos traz sempre alguma novidade, acentuadamente, mais cómica. Da minha parte a seriedade que se exije ou então não. Será o contrabalançar que tanto nos caracteriza Araj?

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Filhos do Afecto

Como é que é possível? Nunca te cansas de ler?
Esta perguntas são desnecessárias quando já se conhece a resposta, no entanto, não deixam de ser engraçadas. A leitura é, para mim, a melhor companhia, capaz de me elevar, de me levar além de mim mesma e possibilita viagens infindáveis por mundos que exigem uma interpretação profunda e consequentemente indagação e reflexão. Adoro este exercitar, constante, das capacidades intelectuais. E isto, nos dias que correm, vê-se cada vez menos, porque o ridículo do facilitismo convida ao não pensar. As políticas educacionais começam a fazer temer o dia de amanhã, veremos os nossos profissionais daqui a uns anos… espero estar enganada. Espero que sejam bons, mas temo não errar nesta minha convicção, pois verifico que a avaliação dos docentes está a levá-los a “passar” os alunos por “passar” para que não sejam penalizados pelos tópicos de avaliação impostos. Hoje em dia as notas são dadas, sem que se exija o esforço que elas acarretam. Posto isto, importa que nos debrucemos sobre a diferença e sobre a aceitação da mesma, que olhemos para ela como um modo de estar e ser muito próprios e que nos possibilita um crescimento e uma aprendizagem inigualáveis. Filhos do Afecto de Torey Hayden é, precisamente, a prova desta(s) diferença(s). Uma viagem por quatro mundos diferentes – Boo- uma criança autista, Claúdia - uma jovem grávida de 12 anos, Tomaso – um rapaz que viu o pai ser assassinado; Lori – a menina vitima de maus tratos que lhe deixaram sequelas graves, impossibilitando-a de aprender a ler e escrever. Não se trata de um livro fantástico a nível da escrita, não obstante, prende pela rara experiência que proporciona a leitura de cada página, colocando-nos nos locais e fazendo nossas aquelas crianças e vivências. Tomaso e Lori são para mim os personagens mais marcantes do livro, uma fonte de ensinamentos…

terça-feira, janeiro 15, 2008

Casa de Acolhimento temporário...


Uma visita breve a uma Casa de Acolhimento Temporário – quem dera que o nome fizesse jus à realidade – bastou para chegar a casa com o coração apertado. Ainda ecoam as palavras proferidas por uma das crianças com quem privei: “quero uma família!”
O João tem 12 anos, está desde os 2 nesta casa de acolhimento temporário. Diz temer nunca vir a ter uma família, “mas se um dia a tiver, que lhes vou dizer, se pouco tempo me faltará para ter de me fazer à vida?” A sua mente é uma turbilhão de perguntas, de interrogações profundas.
- “Achas que ainda posso ter uma família?”
- “Claro que sim João.”
- “Mas ainda ninguém me quis. Nem os meus pais me quiseram, nem os meus avós. Achas mesmo que alguém vais gostar de mim?”
- “Eu gosto de ti. E repara só estou contigo aqui há umas horas.”
- “Eras capaz de me levar para tua casa?”
Neste momento tive que respirar fundo, a voz embargou-se, o coração começou a bater a uma velocidade assustadora, os olhos esconderam o que o coração sentia…
- “Claro que sim.”
- “A sério? Levavas-me hoje?”
- “Sim João, levava-te hoje se pudesse.”
- “Não podes?”
- “Não, não posso.”
- “Porquê? Não te entendo. Dizes que se pudesses me levavas hoje e depois que não podes…”
- “Meu querido, para te puder levar comigo teria de reunir algumas condições, que ainda não tenho. Mas, acredita que se as tivesse tudo faria para te levar comigo, te dar uma família.”
- “Sabes eu nem sei bem o que isso é. Sei o que é estar aqui e ver os outros meninos como uma família, mas isso de família como oiço alguns colegas falarem não sei o que é. Não me lembro dos meus pais, de ninguém…”
- “Talvez um dia venhas a saber…”
- “Ás vezes acho que já passou o meu tempo. Um dia quando for grande não vou abandonar os meus filhos, vou querer saber deles…”
Conversei com o João, estive junto dele o tempo suficiente para perceber o seu vazio. Tive a Ana, o André e o Bernardo ao colo, crianças de tenra idade que nunca se recusaram ao colo de quem desconheciam. Crianças que choraram no momento em que as tive que por no chão. Principalmente a Ana…
Antes de sair por aquela porta voltei a olhar para o João, disse-lhe um adeus e antes que pudesse dizer mais alguma coisa, escutei-o: “És simpática. Davas uma boa mãe.” Não consegui dizer mais nada, dei-lhe um beijo e sai, cabisbaixa e com as lágrimas a correrem-me pelo rosto. Lágrimas incontidas. Fez-se um silêncio em mim…

terça-feira, janeiro 08, 2008

Permanência...


Estas palavras estiveram guardadas até agora. Só hoje, me senti capaz de finalmente as expor aqui. Prometi-te, quando ainda ainda havia em ti uma réstia de luz, que só as poria à luz do dia, no momento em que me sentisse preparada, pelo menos, parcialmente. Não seriam exactamente estas, mas o conteúdo no seu essencial está aqui.

Já passaram 2 anos desde que partiste. Dois anos em que continuamos a pensar em ti, em que os hábitos ainda custam a alterar-se. São 2 longos anos de saudade, amizade e profunda admiração. O solo parece ainda aberto debaixo dos nossos pés. Ainda ontem nos encontrávamos todos, reuniamo-nos em casa uns dos outros e faziamos as nossas tertúlias. Debates acesos, de uma vivacidade ímpar, em que as opiniões eram refutadas até à máxima clarividência. Um método socrático empregue em busca do crescimento pessoal e intelectual.

Ainda hoje fecho os olhos e te vejo, procuro-te na ânsia de te tocar, amigo. Quando passo junto à porta dquela casa, agora fechada, tenho ânsias de a abrir. Chegar, entrar e dizer: "olá, há almoço para nós?".

Não tem sido fácil, dada a amizade, o companheirismo e as caminhadas íngremes que percorremos. Desbravamos terrenos, aprendemos uns com os outros - nós mais contigo - vingamos fronteiras, escalamos mundos. O tempo passa, Brás, mas a tua marca ficou tatuada nas nossas vidas, para não mais se apagar. Este mês é todo teu, o mês do teu nascimento, o mês da tua preparação para o adeus.

Sabes, eu não consigo entender este espaço - blog - a não ser como um espaço em que dou asas ao meu eu e deixo que ele fale. Não procuro adesão, mas apenas e só revelar aquilo que me vai na alma. Ponho a verdade a nu, sem receio ou temor, falo de tudo, política, literatura, vida(s), exactamente como faziamos todos juntos, nos nossos encontros, nas nossas acérrimas discussões.

Brás, a tua ausência é-nos dolorosa, mas sê-lo-ia ainda mais se não te imaginessemos vivo. Estás vivo para nós, porquanto te continuarmos a recordar e a amar.

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Ano Novo?

Mais um ano que fica para trás. Chegou ao fim mais um ciclo das nossas vidas. Encerra-se um ciclo que, afinal não é mais do que uma ponte para um ano novo que agora nasce. Um ano em que se repetem os votos, um ano em que a bajulação dos nossos governantes é, claramente, notória nos discuros proferidos. Um ano que se afigura dificil para a população. Poderão perguntar-me o porquê de vir para aqui falar de coisas tristes, quando o que importa é desejar Bom Ano a todos! Não se trata de falar sobre coisas tristes, mas sobre a realidade de um país que continua a teimar a viver sem ver. As políticas empregues num país que se diz Democrático, caminha sobre a máxima de uma Democracia falsa que começa a dar luzes de um poder ditatorial. A liberdade de expressão e de opinião começam a escassear. As vozes que se erguem contra o poder central são simplesmente caladas. Os serviços noticiosos estão a braços com o impedimento de dizer algumas coisas. Canso-me de olhar para este país, este estado que de estado, na verdadeira acepção da palavra, nada tem. Que alternativas? Pois, ai é que as coisas correm mal... Olhe-se à esquerda ou à direita, e nada se vê. Somos um nobre povo de políticos que apenas têm o nome. Hoje deu-me para isto...
Um Bom ANo para todos!!!