sexta-feira, setembro 22, 2006

Amizade...

Dois homens, ambos gravemente doentes, estavam no mesmo quarto de hospital. Um deles podia sentar-se na sua cama durante uma hora, todas as tardes, para que os fluidos circulassem nos seus pulmões.

A sua cama estava junto da única janela do quarto.

O outro homem tinha de ficar sempre deitado de costas.

Os homens conversavam horas a fio. Falavam das suas mulheres, famílias, das suas casas, dos seus empregos, dos seus aeromodelos, onde tinham passado as férias... E todas as tardes, quando o homem da cama perto da janela se sentava, passava o tempo a descrever ao seu companheiro de quarto todas as coisas que conseguia ver do lado de fora da janela.

O homem da cama do lado começou a viver à espera desses períodos de uma hora, em que o seu mundo era alargado e animado por toda a actividade e cor do mundo do lado de fora da janela.

A janela dava para um parque com um lindo lago. Patos e cisnes, chapinhavam na água enquanto as crianças brincavam com os seus barquinhos. Jovens namorados caminhavam de braços dados por entre as flores de todas as cores do arco-íris. Árvores velhas e enormes acariciavam a paisagem e uma ténue vista da silhueta da cidade podia ser vislumbrada no horizonte.

Enquanto o homem da cama perto da janela descrevia isto tudo com extraordinário pormenor, o homem no outro lado do quarto fechava os seus olhos e imaginava as pitorescas cenas.

Um dia, o homem perto da janela descreveu um desfile que ia a passar: Embora o outro homem não conseguisse ouvir a banda, conseguia vê-la e ouvi-la na sua mente, enquanto o outro senhor a retratava através de palavras bastante descritivas.

Dias e semanas passaram. Uma manhã, a enfermeira chegou ao quarto trazendo água para os seus banhos, e encontrou o corpo sem vida o homem perto da janela, que tinha falecido calmamente enquanto dormia. Ela ficou muito triste e chamou os funcionários do hospital para que levassem o corpo. Logo que lhe pareceu apropriado, o outro homem perguntou se podia ser colocado na cama perto da janela. A enfermeira disse logo que sim e fez a troca.

Depois de se certificar de que o homem estava bem instalado, a enfermeira deixou o quarto.

Lentamente, e cheio de dores, o homem ergueu-se, apoiado no cotovelo, para contemplar o mundo lá fora. Fez um grande esforço e lentamente olhou para o lado de fora da janela que dava, afinal, para uma parede de tijolo!

O homem perguntou à enfermeira o que teria feito com que o seu falecido companheiro de quarto lhe tivesse descrito coisas tão maravilhosas do lado de fora da janela.

A enfermeira respondeu que o homem era cego e nem sequer conseguia ver a parede. Talvez quisesse apenas dar-lhe coragem...

Moral da História:

Há uma felicidade tremenda em fazer os outros felizes, apesar dos nossos próprios problemas.

A dor partilhada é metade da tristeza, mas a felicidade, quando partilhada, é dobrada.

Se te queres sentir rico, conta todas as coisas que tens que o dinheiro não pode comprar.

15 Comments:

At 22 setembro, 2006 05:12, Blogger Andr3 said...

Esta semana toda a gente teve a feliz ideia de falar, comentar e criar textos sobre este assunto!:) Será que foi do choque do 11 de setembro?
Mas nunca é demais falar sobre a humildade, amizade e boa acção p com os outros..num mundo cada vez mais indefeso a certas faltas de comtemplação pelo proximo.

 
At 22 setembro, 2006 12:06, Blogger Ana P. said...

Já conhecia essa história.
Infelizmente é muito raro encontrarmos pessoas assim, só mesmo em histórias, mas pelo menos essas mesmas historias fazem-nos pensar...

Beijos

 
At 22 setembro, 2006 15:19, Blogger de Matos said...

Os meus parabens pelo post. é realmente lindo.

abraço e bom fim de semana

 
At 22 setembro, 2006 17:43, Blogger Elisheba said...

Por acaso já conhecia esta BELA LIÇÃO DE VIDA!

Gostei emenso da tua "moral da historia" pois é uma vertente bem verdadeira!

Porem eu tenho uma diferente:

Ele via tudo tão lindo POR SER CEGO! A nossa capacidade de SENTIR o belo extingue-se desde que VEMO Os cegos têm a bela capacidade de VER COM O CORAÇÃO; em contrapartida os visuais, devido aos dissabores da vida, perdem essa capacidade.


Mas sabes. penso que por mais que vejamos estas historias, mails que circulam com estas RICAS MENSAGENS e com as quais tanto concordamos, seguimos as nossas vidas passivamente, amanha vira outro dia em que vamos esquecendo o que aprendemos e ãcabamos por não conseguir adapatar essas mensagens, INTERIORIZÁ-LAS!

 
At 23 setembro, 2006 01:46, Blogger Belzebu said...

De facto a mensagem é linda, a actitude é sublime e o post é excelente!!!! Mas infelizmente as paredes de tijolo são por vezes tão robustas que nos impedem de transmitir a força que os outros tanto necessitam!!!

Saudações infernais!!!

 
At 23 setembro, 2006 21:34, Anonymous Anónimo said...

Voltei mas estou quase de partida outra vez. Obrigada pelas palavras de força e carinho!
Um beijinho "hindyado"!

 
At 23 setembro, 2006 22:37, Blogger Rute de Moura said...

Sem dúvida que é uma história bonita!...

Bom fim-de-semana

 
At 25 setembro, 2006 02:29, Blogger deep said...

Quero acreditar que ainda há pessoas assim, que estas não são meras figuras de ficção...
Fica bem. Tem uma boa semana. Bjs

 
At 25 setembro, 2006 12:41, Blogger Nunovsky said...

Grande post e grande mensagem. Toda a gente devia ler isto.

 
At 25 setembro, 2006 23:00, Anonymous Anónimo said...

obra da ficção ou não, essa historinha de amor, depreendimento e amizade deveria ser real, na nossa vida.

 
At 25 setembro, 2006 23:01, Anonymous Anónimo said...

eu quis dizer "despreendimento", naturalmente.

 
At 26 setembro, 2006 09:40, Blogger marta r said...

Não conhecia a história mas é de facto uma grande lição de vida.
Daquelas que nos fazem pensar.

 
At 26 setembro, 2006 12:53, Blogger L said...

Não conhecia esta história que tão bem me fez.

É assim que faço a minha vida valer, só espero estar a conseguir.

Obrigado, um beijo

emn***

 
At 26 setembro, 2006 15:06, Blogger Barão da Tróia II said...

Gostei. parabéns pelo texto e pelo blogue, voltarei.

 
At 28 setembro, 2006 14:19, Blogger Maria said...

Bem, todas, todas não posso contar...Obrigada pela partilha...

 

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