Lágrima de preta
Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
António Gedeão
9 Comments:
Gosto deste poema... é pena que muitos não consigam intuir, pelo coração, a mensagem que ele transmite...
Bom resto de semana. Bjs
deep
:)***
Não conhecia mas gostei.
Lindo!
Passei para deixar um beijinho hindyado!
Isto é o cumulo da preguiça, ou falta de tempo??:))
Tambem não conhecia apesar de haver aqui uns sons que me são familiares.
Beijinho
Gostei, boa mensagem! :)
Bons olhos te vejam na blogoesfera!!
Também não conhecia e também gosto.
Quando regressas?!
Bom FDS
um poema estupendo! (ja conhecia)
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