segunda-feira, junho 18, 2007

Lágrima de preta

Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

António Gedeão

9 Comments:

At 20 junho, 2007 00:33, Anonymous Anónimo said...

Gosto deste poema... é pena que muitos não consigam intuir, pelo coração, a mensagem que ele transmite...

Bom resto de semana. Bjs

deep

 
At 20 junho, 2007 12:35, Blogger Inês said...

:)***

 
At 20 junho, 2007 13:39, Blogger marta r said...

Não conhecia mas gostei.

 
At 20 junho, 2007 20:01, Blogger Hindy said...

Lindo!

Passei para deixar um beijinho hindyado!

 
At 22 junho, 2007 12:22, Anonymous Anónimo said...

Isto é o cumulo da preguiça, ou falta de tempo??:))

Tambem não conhecia apesar de haver aqui uns sons que me são familiares.

Beijinho

 
At 23 junho, 2007 01:40, Blogger Catarina said...

Gostei, boa mensagem! :)

 
At 25 junho, 2007 12:53, Blogger Lu.a said...

Bons olhos te vejam na blogoesfera!!

 
At 08 julho, 2007 12:10, Blogger Nunovsky said...

Também não conhecia e também gosto.

Quando regressas?!

Bom FDS

 
At 18 outubro, 2007 19:39, Blogger SA said...

um poema estupendo! (ja conhecia)

 

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