segunda-feira, novembro 12, 2007

Encoberta pela nuvens...



E hoje estou assim, encoberta pelas nuvens, taciturna como já não me lembro. Cansada desta vida errante...

Dói-me a alma! Em vão me parece o esforço de tentar incutir valores numa sociedade cada vez mais egoísta e claramente presa ao facilitismo exacerbado. De que vale dizer o contrário se as próprias políticas se apresentam contraditórias? De que vale tentar despertar do turpor as mentes dos que oferecem relutância ao saber e à novidade? De que vale fazer das forças a nossa ferramenta, trabalhar arduamente, dar tudo de nós, encetar uma luta contra nós mesmos se a resistência permanece? Se tudo é questionável? Questionável por que sim, questionável por que me apetece...

O dia, para muitos, chega ao fim à hora marcada, o trabalho fica para trás... Ah! quem me dera ter vida própria, ter horário de trabalho fixo! Chegada a casa "enfio" a cabeça nos livros, leitura, pesquisa, fichas de trabalho, trabalhos para ler e analisar e ver cópias (de trabalhos) integrais da internet (também questionáveis por sinal). O meu dia está a terminar por volta das 2 da manhã. As olheiras, por muito corrector que se coloque, já não se conseguem disfarçar, o mau humor começa a fazer das suas. A dor de estômago aparece como consequência do nervosismo e do cansaço. Trabalhar, estar longe daqueles que nos apoiam e o muito que se faz em nome do ser mais, sempre em xeque. Se às vezes olhassemos para dentro de nós talvez conseguissemos reconhecer o esforço dos outros, digo eu que nada percebo...

E para melhorar o dia, o carro está na oficina com uma avaria...

E como diria Khalil Gibran: "Alguns ouvem com as orelhas, outros com o estômago, outros com o bolso e alguns, simplesmente, não ouvem."

9 Comments:

At 12 novembro, 2007 21:19, Blogger Araj said...

“O sol está sempre presente em nossa vida, há que dissipar as nuvens para que ele volte a brilhar…”

Será que vale a pena? Lembra-te de Pessoa e terás a resposta, ainda que ela não nos pareça a mais correcta em certos momentos.

 
At 13 novembro, 2007 05:41, Blogger Su. said...

:)
O que fazes tu oh mulher corajosa?
Vá lá conta-me!
Beijo.

 
At 13 novembro, 2007 16:04, Blogger Lu.a said...

=)
Ânimo!!

 
At 13 novembro, 2007 17:53, Blogger deep said...

Ter-me-ás lido o pensamento alguma vez?! Tantas vezes me sinto assim! Eu costumo dizer que gostaria de ser, por exemplo, marceneiro, para poder ver um trabalho terminado, com utilidade imediata.

Centra-te, porém, nos momentos bons e lembra-te que também os maus momentos acabam por passar. Fica bem. Coragem.

Assume a máxima do Calvin: "Nunca nada é tão mau que não possa ser pior!"

Bjs

 
At 14 novembro, 2007 19:02, Blogger Hindy said...

Agora voltei mesmo! Já tenho net cá deste lado! Yupi!!!

Beijinho hindyado

 
At 16 novembro, 2007 15:33, Blogger caminante said...

Paso simplemente para saludar.
Un fortísimo abrazo.

 
At 17 novembro, 2007 00:31, Blogger Unknown said...

Sinto-me igualzinha a ti (menos o corrector para as olheiras que eu não uso hehe!).
Espera, deixa-me adivinhar... devemos ter a mesma profissão... saímos do nosso cantinho para trabalhar bem longe de casa... posso estar errada mas serás mais uma prof como eu?
lol
Bjokitas e bom fim de semana!

 
At 20 novembro, 2007 13:36, Anonymous Anónimo said...

É nestas alturas que me sinto improdutiva para caraças:)).
Olha...passei ha pouco por uma situação com um filhote que me fez repensar muito certas coisas...acredita que é mesmo só um ligeiro encobrimento, ha sempre hipotese do sol espreitar, não é irreversivel:)

Beijo!

 
At 30 novembro, 2007 15:25, Blogger Duarte said...

Gostei, revi-me muito no género de reflexão, o importante é sabermos ouvir e triar o trigo do joio. Nem sempre é fácil, daí a importância de ouvir, simplesmente ouvir e seguir as palpitações da harmonia, apostatar as outras que nos desligam da essência humana que nos constitui. Espero voltar a este espaço ;)

 

Enviar um comentário

<< Home