sexta-feira, dezembro 11, 2009

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Não sei porquê, mas hoje estou com a nítida sensação que deixei sair uns quantos impropérios. Pronto, não é sensação, é a realidade. Quem não faria como eu? Acordei com um telefonema de me pôr a bradar aos céus, melhor dizendo, de mandar tudo para outro lado, à boa moda do norte. Ou então não, ignorar, como se isso fosse possível em mim. Até eu me rio com a minha capacidade de ignorar. Muito amo ou odeio, este ser esquisito (eu). Depois, seguiu-se uma leitura dos jornais, já que só vejo televisão ao fim-de-semana. Mal abri as primeiras páginas dos jornais, fiquei irada, pensei de mim para mim: este mundo, em vez de evoluir retrai-se, vive de soberba mesquinhez. Não é só a crise financeira, a nível mundial que me assusta e me deixa seriamente preocupada com o futuro, mas a tacanha mentalidade que ainda se vive em pleno século XXI. Para perceberem a minha ira, aqui fica a notícia:
"A vida dos homossexuais no Uganda está seriamente ameaçada com a preparação de uma nova legislação que prevê a pena de morte. A família e os amigos podem ser condenados até sete anos de prisão se não denunciarem às autoridades os casos e até os proprietários de imóveis podem ser presos se alugarem casas a gays.
Os activistas pelos direitos dos homossexuais já vieram condenar a legislação, que tem merecido a contestação internacional, considerando que promove o ódio e é um entrave ao combate contra a sida no país. Para os activistas, trata-se ainda de uma reacção de um movimento retrógrado ao crescimento de visibilidade dos homossexuais no continente africano.
As medidas foram apresentadas depois de um grupo de líderes conservadores norte-americanos terem visitado o país, onde apresentaram terapias para converter os gays em heterossexuais. Ainda assim, dentro deste grupo de católicos há críticos da nova legislação.
As novas regras têm ainda de ser debatidas e votadas, mas os activistas gays acreditam que as novas regras vão ser aprovadas."
Decididamente não consigo perceber estas fobias, nem quero tentar percebê-las, em boa verdade tenho de o dizer. Não consigo conceber que se condene à morte quem quer que seja, muito menos, quando se condena porque sim, porque são pessoas diferentes. E os Norte-americanos que tanto apregoam e se orgulham da sua estátua da liberdade, são afinal os que mais oprimem, mais ideias ignóbeis têm, que fazem jorrar leis que mostram uma clara soberba pelo poder, quase a demonstrar uma veia purificadora, que me faz lembrar algo já passado na História recente. Assusta-me lembrar que durante anos, os surdos forma maltratados, votados ao esquecimento, ostracizados, lhes agarraram cordas aos pescoços simplesmente para ver se os obrigavam a falar. Foram vistos durante anos como pessoas sem faculdades intelectuais, sofreram horrores para serem, tardiamente, a meu ver, vistos como seres humanos. Valha-nos que hoje isso já não acontece, que os incluimos na sociedade. A cadeia de valores, que se desejava evoluisse está hoje submersa, invertida. Pesa o eu, a aparência e o Ser, onde está? Esse é aquele que deve imperar, digo eu.
Não me alongo, caso contrário ficaria aqui a discorrer longas horas sobre o tema, até porque o essencial já foi exposto.

2 Comments:

At 23 dezembro, 2009 08:58, Blogger deep said...

Olá! Espero que, apesar da ausência, esteja tudo bem contigo.

Aproveito para te desejar um Natal Muito Feliz, em que não falte o essencial - saúde, serenidade e presenças amigas.

Beijinhos

 
At 25 dezembro, 2009 22:27, Blogger Tamirys said...

É incrível como a estupidez humana não tem mesmo limites.
parece que estamos regredindo ao invéis de progredir, ao ler uma notícia desssas.

Abraços!

 

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