As lavadeiras...
Nas águas cristalinas dos rios, nos tanques comunitários, as mulheres juntavam-se para lavar a roupa. As lavadeiras foram imortalizadas na "Aldeia da Roupa Branca".
Nos rios, as pedras serviam para esfregar a roupa, e escutar as mágoas de quem se juntava para a lida. As lavadeiras deste Portugal cantavam cantigas de rara beleza; os encontros nas comunidades serviam não apenas para cumprir as obrigações da lide doméstica, mas também para matar momentos de solidão (de mulheres que viram os maridos e filhos partir para a guerra ou emigrar), para chorar a dor, a mágoa e a tristeza da dureza dos dias.
Recordo idas ao rio em que me cruzava com as mulheres que lá lavavam as suas roupas, enquanto os maridos e filhos cultivavam os terrenos íngremes ali próximos. Não vai assim há tanto tempo...
Existirão ainda lavadeiras? Na minha terra natal, onde a desertificação deixa marcas, ainda se lava roupa à mão no tanque comunitário da "fonte". Em Braga, na freguesia de real, 20 mulheres vão ao tanque lavar a sua roupa. Para mais saber: http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Braga&Concelho=Braga&Option=Interior&content_id=955328
posted by Carla @ 23:31
8 comments
8 Comments:
Também aqui na Maia, cidade de ambiente muito hurbano, existe ainda um tanque comunitário o qual penso não ser muito utilizado.
Contudo, ainda me recordo muito bem de ter uma lavadeira que nos vinha buscar a roupa a casa e a ia lavar para o rio , o Tâmega (vivia em Chaves). Aqui bem perto, ainda há poucos anos,(talvez uns 30) eram famosas as lavadeiras do Leça.
Quem para ele olha agora, com o seu grau de poluição, até lhe custa a acreditar...
o tanque de Ruivães ainda é utilizado, mas pouco porque também a gente é pouca e existem máquinas de lavar em maior número. quanto ao rio, penso que se deixou de ir lá no início do Verão para lavar os cobertores ...
Quando era miúda e passava férias na aldeia, também gostava de ir para o tanque comunitário, que ainda existe embora cada vez menos usado, e ouvir as histórias das mulheres.
Boa semana. :) Bjs
Conheço muito bem, na minha terra há um tanque comunitário que já levou algumas transformações ao inicio era so um regato de água que saia de uma fonte, mas lembro-me perfeitamente de ir com a minha mãe para a ribeira enquanto ela lavava a roupa da semana eu ia para a brincadeira (era pequenino lol)
Em Ermesinde, onde cresci até aos 10 anos havia um tanque comunitário. :)
Ainda me lembro de alguns lugares onde existem os tanques... onde sempre gostei de me enfiar na água com as calças arregaçadas...
É pena que estas pequenas coisas se vão perdendo, mas com a "modernização" não se poderia esperar mais... mas são estas pequenas pérolas da nossa cultura que nos fazem acreditar que "saudade" é e sempre será uma palavra muito nossa.
:) eu cheguei a acompanhar lavadeiras nos riachos ou como cá se chamam, nas ribeiras da minha ilha. Não eram comunitárias, mas sim lugares improvisados de forma a proporcionar o mínimo conforto p a tarefa e com o auxílio de uma pedra rasa para esfregar :) Outros tempos. Eu entretia-me a correr atrás das rãs e a tentar pescar enguias :) beijos
...sim! O serviço da mulher, a alguns anos atrás, era bastante pesado...Não havia máquinas de lavar roupa, nem louça, nem aspirador...Tudo era manual.
Gostei dessa homenagem às lavandeiras...Com certeza era uma roupa bem mais branquinha!
Beijos de luz e um belo domingo...
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