Raiz...apego
Não quero quimeras, utopias...quero sonhos. Abraçar o sonho que almeja, correr por entre os campos, saborear a liberdade de ser! Não quero o quase, quero o além. A cegueira que teima em aparecer, será apenas névoa passageira, quando correr pelos prados... Corro desenfreadamente pelo campo aberto, que me é oferecido, páro junto ao carvalho secular que se ergue, preso às raízes. Estou no alto do meu lugar, avisto a minha terra, vejo o vale que se estende, sento-me no chão, sinto o apego à raiz mais forte. Olho para o cimo da árvores vejo os seus ramos, as suas folhas, o tronco forte, e penso: "cada folha tua tem uma história inscrita, o tronco revela a robustez, os ramos, as várias ramificações que tiveste de ganhar para fazer frente aos inúmeros obstáculos que te apareceram, mas a raiz permanece indestrutível." Uma analogia ressaltou e disse de mim para mim, no fundo somos todos como esta velha árvore. Saimos do apego, do aconchego do lar e da terra que nos viu nascer. Andamos mundo fora, a lutar pelos nossos ideais, a quedarmo-nos, a erguer-nos, a inscrever experiências de vida nos nossos percursos, a abrir caminhos, a fortalecer-nos, mas sempre com o chamamento da raiz.
Ah! e a saudade ímpera, toca-me de leve, sobranceira apela ao retorno e eu digo-lhe: "vou-te beijar em breve, sentir o teu cheiro, retemperar forças, avistar-te." E fico reconfortada por considerar que em breve poderei ver a minha gente, sentir o cheiro a aldeia, à minha aldeia. No entretanto, deixo-me embalar pela brevidade...
6 Comments:
a saudade, sempre a saudade... sabes que sinto que ainda enlouqueço de tanta saudade... ou, será que já to loca!
eheheh
beijo e sorri, sorri que sorrir faz bem, dá mais luz e não custa nada! nadica, artigo completamente gratis!
:)
que esse "em breve" seja mesmo breve . . .
Se esperamos pelo "em breve" ficamos mesmo no sonho!
O 'em breve' é o já, o agora, o 'carpe diem' de Horácio!
Amanhã, não se sabe! Será que existe amanhã dentro do tempo humano?
Só acredito no amanhã da ETERNIDADE!São convicções!!!
Mas esta cumplicidade entre a filosofia e a poesia e simplesmente bela!
Mais um bom texto!
Mais um belíssimo texto que tão bem retrata a saudade...
Geralmente só damos falta da nossa terra quando a distância nos leva a reparar que já não sentimos o seu cheiro a não ser em pensamento.
Palavras para quê? Os comentários anteriores dizem tudo! :)
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