terça-feira, janeiro 06, 2009

Sobre politiquices...

Ontem, estendi-me no sofá para a ver os noticiários, estava com alguma curiosidade em ver a entrevista do nosso primeiro-ministro José Sócrates, não que ele me desperte algum tipo de curiosidade, tal é o tamanho do prevesível do seu discurso, mas porque se inicia 2009 estava algo desperta para o escutar. Confesso que há pessoas que detesto ouvir, desde Valter Lemos, Maria de Lurdes, Pedreira, Pinho, Sócrates, talvez porque o despotismo e a arrogância apareçam encobertos num raciocionio todo ele baseado em pressupostos falaciosos, fazendo da retórica uma arma de arremessso para a ignorância. De discursos ocos e vazios de ideias, embelezam-nos dando à mentira a aparência de uma realidade quimérica. Desta vez vi um homem inseguro, essencialmente virado para a propraganda política. Quem, numa altura, tão complicada continua a pedir uma maioria absoluta? Esta coisa das maiorias absolutas já se viu que não dão grande resultado e claro está que para um governo desta índole, pelo que temos verificado, uma maioria absoluta tende a levar ao "totalitarismo" encoberto sob o nobre nome de Democracia. Pois, claro está como as águas limpidas dos rios (poucos já) que o senhor primeiro ministro não conseguiria governar um país sem maioria absoluta, porque as suas vontades não poderiam ser satisfeitas com o mesmo à vontade, para além de que não poderia manter-se surdo às manifestações legitimas de milhares de cidadãos. Ontem vi um primeiro ministro arrogante, ainda mais do que habitual, que não conseguiu responder de forma clara e precisa a perguntas para as quais não se tinha preparado, como aquela em que o jornalista lhe pergunta porque não previu no orçamento de Setembro este cenário; ficou atrapalhado e sem argumentos no que diz respeito à educação. Só no final da entrevista, e nisso ele é medíocre, dada a forma repetitiva do seu discurso, se soltou recapitulando tudo o que já sabemos. Sem novidade no discurso, apenas a apagada imagem, levou a questionar-me onde anda a oposição? Inexistente, diria. Antes que questionem sou apartidária, voto naquele que me parece sempre oferecer maior segurança. Nas últimas eleições o meu voto foi um voto contra como lhe chamo, não votei neste governo, mas enraivece-me a pressão a que estamos sujeitos nos nosso postos... Mas uma outra questão se levantou na minha mente, temos a ideia de que os políticos têm de ser convicentes, este foi-o, mas não será preferível que sejam bons gestores? Entendo a política de outra forma, não é necessário ser-se só um bom orador, trabalhar a imagem, discursar em frente a um espelho para à frente dos media manter uma postura de "rei", entendo que um bom político é aquele que sabe governar um país, estando atento às suas necessidades e aos seus cidadãos. Um político, bom, não pode governar sozinho e continuar a tapar os ouvidos às vozes que se erguem contra determinadas soluções apresentadas. Já, sabemos Manuela Ferreira Leite anda apagada, quando fala diz coisas que não devia, mas não será ela um boa gestora? Francisco Louça, que ninguém lhe negue a inteligência, precisa de dar lugar a outra pessoa na liderança do BE, pois a imagem e discurso crítico estão demasiado gastos. Paulo Portas, desse até me esqueço que existe...

2 Comments:

At 07 janeiro, 2009 22:41, Blogger Ermelinda Silva said...

Concordo com o artigo, na íntegra.

O pior nos políticos é o raciocínio circular e o sofisma.

Mas o povo continua a gostar de quem fala bem, de quem veste bem, de quem lida muito bem com a comunicação social, e de quem"espremido não dá sumo".

Mas há-os em todos os partidos, por isso não passam de partidos e não inteiros.

Todos os políticos querem o poder porque ele dá bons ordenados, aumento do tempo de serviço na reforma, ajudas de custo em tudo e uma imagem pública que permite tudo até influências em empregos, em negócios, em coisas que eu não digo porque não devo dizer.

A entrevista não a vi mas impingiram-ma no outro dia, no programa que costumo ver, quase na íntegra.

Uma pobreza para um primeiro!

Mil vezes o Louçã porque esse, já é um histórico no combate de causas sociais e não se faz passar por aquilo que não é como fazem os rosa choque.

Mas o problema é deles. Eu disse sempre NÂO a cargos elegíveis e estou-me nas tintas para os políticos.

Eles estragaram a nossa boa consciência e agora estamos todos de pé atrás.
Acho que a abstenção vai ser maior que a votação nas próximas.

Há pouca gente competente e esta forma de fazer política não tem dentro, é oca.

Andamos a reboque da Europa e cá dentro vive-se de um certo parasitismo à custa de fundos para isto e para aquilo.

Só não se conseguiu ainda um FUNDO PARA NIVELAR OS SALÁRIOS DOS PROFESSORES PELOS DA EUROPA nem que fosse só aqui pelo nível dos nossos colegas espanhois.

Submetidos ao poder, como dizia Salazar: "se alguém soubesse o que custa mandar, gostaria de obedecer toda a vida", não temos muitas saídas...

 
At 08 janeiro, 2009 21:42, Blogger Lu.a said...

Eu acho que os jornalistas que o entrevistaram davam excelentes ministros, pelo menos estão muito mais a par da real situação dos portugueses do que o "Sócras"!

 

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