Na penumbra do deslumbramento...

Oriento-me na penumbra do deslumbramento que desconheço, mas que anseio me toque, fazendo-me dançar ao som da minha cultura. A vida às vezes leva-nos a lugares ermos, que pensávamos remotos, mas quem tem coração encontra sempre uma brisa, nem que seja leve, para se erguer dos grilhões que por momentos nos prendem. Há-de vir o dia…pensamos sempre. Às vezes não vem quando desejamos, tão pouco o vemos prestes a chegar, não sabemos bem o que esperar e na nudez a que nos vemos obrigados, vestimos o xaile da vontade. Sem este xaile não há como vencer, como percorrer o nosso caminho, como ultrapassar os muitos infernos que nos são dados viver.
Quantas vezes já não adormecemos na saudade, no relembrar de tempos que já vivemos e que tornam? Quantas vezes já desejámos? Já olvidamos? Quantos invernos vivemos? Quantas primaveras não quisemos viver?
E aí queremos não ter esperança, não queremos lembrar as marcas existentes no nosso coração, esquecemo-nos de nós e deixamo-nos embalar na aguarela da saudade. Na sentença da infância, no seu conforto, desejamos permanecer, como se fosse possível… e a saudade, a nostalgia cavalga…e não vemos, porque não conseguimos, pois à nossa volta o mundo desmorona-se, sentimos que o que construímos está em ruínas, que as plantas morrem de sede, que abrimos mãos de nós e de tudo o que faz parte do nosso horizonte.
O tempo passa, a surdez impera, a vontade de nos erguermos da cama não aparece, deixamos de ver…sentimos uma dor lasciva que nos impede de tanta coisa e não sabemos explicar o porquê dela existir. As lágrimas correm, a irritabilidade aumenta, a vontade de recomeçar desaparece e queremos descobrir o mistério dessa dor. Ao luar sentimo-nos mais livres, afinal estamos sós com o silêncio que deixamos que se apoderasse de nós. Dizemos tantas vezes: ai se eu pudesse…
Queremos que o mundo nos engula, que a terra pare de tremer, que a cabeça deixe de estar oca, queremos ser alquimistas, mas não queremos que a realidade seja esta, porque não a vemos como os outros a vêem… E como as folhas que caem durante o Outono, tememos sempre que ela regresse em força. Esta coisa “maldita”: a depressão.
Nota: porque já a vivi de perto e foi assim que a experienciei….
Quantas vezes já não adormecemos na saudade, no relembrar de tempos que já vivemos e que tornam? Quantas vezes já desejámos? Já olvidamos? Quantos invernos vivemos? Quantas primaveras não quisemos viver?
E aí queremos não ter esperança, não queremos lembrar as marcas existentes no nosso coração, esquecemo-nos de nós e deixamo-nos embalar na aguarela da saudade. Na sentença da infância, no seu conforto, desejamos permanecer, como se fosse possível… e a saudade, a nostalgia cavalga…e não vemos, porque não conseguimos, pois à nossa volta o mundo desmorona-se, sentimos que o que construímos está em ruínas, que as plantas morrem de sede, que abrimos mãos de nós e de tudo o que faz parte do nosso horizonte.
O tempo passa, a surdez impera, a vontade de nos erguermos da cama não aparece, deixamos de ver…sentimos uma dor lasciva que nos impede de tanta coisa e não sabemos explicar o porquê dela existir. As lágrimas correm, a irritabilidade aumenta, a vontade de recomeçar desaparece e queremos descobrir o mistério dessa dor. Ao luar sentimo-nos mais livres, afinal estamos sós com o silêncio que deixamos que se apoderasse de nós. Dizemos tantas vezes: ai se eu pudesse…
Queremos que o mundo nos engula, que a terra pare de tremer, que a cabeça deixe de estar oca, queremos ser alquimistas, mas não queremos que a realidade seja esta, porque não a vemos como os outros a vêem… E como as folhas que caem durante o Outono, tememos sempre que ela regresse em força. Esta coisa “maldita”: a depressão.
Nota: porque já a vivi de perto e foi assim que a experienciei….