segunda-feira, setembro 17, 2007

Interrogação

Sofia Oliveira tinha dois anos quando desapareceu em 2004 da residência da sua mãe na Madeira; Claúdia Sousa tinha 7 anos quando desapareceu em Vila Verde; Rui Pedro tinha 11 anos; Rui Pereira tinha 14 anos; João Teles tinha 16; Jorge Sepúlveda tinha 14 anos; Beatriz Freman tinha 7 anos; Ana Santos tinha 15 anos; Rita Monteiro 17 anos. Estes são apenas alguns dos nomes e rostos que permanecem um mistério por desvendar e que se mantêm na secção de pessoas desaparecidas da Policia Judiciária. O que me intriga e deixa perplexa é a forma como os casos são tratados. Ciente de que todas as pessoas devem ser tratadas de igual forma perante a lei e que ninguém se encontra a cima dela, não compreendo, como é possível um tratamento tão desigual no que à investigação e atenção aos casos é dispensada.
Quer a policia judiciária, quer a igreja, quer a comunicação social tratou o mais recente caso do desaparecimento da menina britânica de forma completamente diferente do que até aqui havia sido feito.
Continuo sem conseguir perceber como é possível passar-se 30 minutos de um qualquer telejornal sempre tendo como destaque o desaparecimento da menina (situação que lamento profundamente) e as quezilas entre policia britânica, populares britânicos e polícia judiciária. Parece que nada mais importa neste país. Mas uma coisa é certa pelo menos desvia-se a atenção da população para a situação desastrosa deste país, que sob o jugo da política e dos seus governantes caminha para um local ermo, cujas políticas baralham o cidadão mais atento.

domingo, setembro 09, 2007

Ainda ontem pensava que não era



Ainda ontem pensava que não era
mais do que um fragmento trémulo sem ritmo
na esfera da vida.
Hoje sei que sou eu a esfera,
e a vida inteira em fragmentos rítmicos move-se em mim.

Eles dizem-me no seu despertar:
" Tu e o mundo em que vives não passais de um grão de areia
sobre a margem infinita
de um mar infinito."

E no meu sonho eu respondo-lhes:
"Eu sou o mar infinito,
e todos os mundos não passam de grãos de areia
sobre a minha margem."

Só uma vez fiquei mudo.
Foi quando um homem me perguntou:
"Quem és tu?"

Kahlil Gibran
Areia e Espuma
Coisas de Ler

Nota: Este blogue é, doravante, redigido a duas mãos: Araj e Nani

posted by Nani